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17 de novembro de 2025

A História por trás do Shiitake que conquistou o mundo

No começo, a gente só tinha uma certeza: queria uma vida diferente.

Não viemos de famílias de agricultores. Nada de tradição no campo, sabedoria herdada ou segredos da terra. Era tudo novo. Crescemos em grandes cidades — Karina em São Paulo, Thales no Paraná — e, de repente, estávamos lá: no meio do mato, encarando a terra com a cara e a coragem.

A mudança foi um baque. Mas o choque virou força.

Decidimos começar pelo Shiitake. E se hoje ele é nosso carro-chefe, na época era um tiro no escuro. Informação? Quase nenhuma. A gente fazia tudo na raça: tora por tora, serragem, bracatinga, suor. O que hoje fazemos em minutos, antes levava horas. E mesmo assim, a gente não desistia.

Enquanto cuidávamos das toras, abríamos estrada, puxávamos luz, água… e erguíamos com nossos próprios recursos nossa casa de madeira. Não tinha glamour. Tinha propósito.

Até que um dia, sem aviso, o improvável aconteceu.

As toras que a gente quase abandonou explodiram em vida. Cheias de Shiitake. Sem indução, sem técnica avançada. Só a Natureza, a chuva e a insistência. Foi ali que tudo mudou. Era o sinal que a gente precisava: estamos no caminho certo.

E o próximo passo foi claro: Agrofloresta.

Apostamos na biodiversidade. Alimento, eucalipto, carvalho japonês. Porque a gente acredita que solo saudável entrega alimento com alma. E a floresta ensina. Com inteligência, conexão e técnica, a agrofloresta virou nossa filosofia de vida.

Participar da Biofach, a maior feira de orgânicos do mundo, foi um marco. Assim como ser destaque em veículos de peso como:

  • Globo Rural, que contou nossa história em rede nacional;
  • Um programa especial no PLUG da Globo Paraná, mostrando nossa conexão com a terra e a região;
  • E uma reportagem no Valor Econômico Internacional, que deu visibilidade global ao nosso trabalho.

Essas conquistas nos mostram que estamos no caminho certo. Mas o que fez a diferença mesmo foi a coragem de errar no começo. De plantar o que ninguém queria. De testar tudo. Alface? Repolho? Foram. Mas quem brilhou foi ele: o Shiitake.

E não foi sorte. Foi uma escolha estratégica. Baixa manutenção. Alto valor. Perfeito pro ritmo do sítio. Hoje, ele sustenta boa parte da nossa produção.

Se a gente compartilha tudo isso, é pra dizer o seguinte:

Você também pode.

Vai errar? Vai. Vai suar? Muito. Mas a recompensa vem. Porque o caminho é de quem tem coragem de colocar a mão na terra e o coração na missão.

Se joga. Planta. Erra. Aprende. Melhora.

Com dedicação e empolgação, os frutos vêm. E, às vezes, eles nascem em toras que quase foram esquecidas.